Para país crescer, Bolsonaro tem de parar de boicotar sua equipe econômica
Na semana passada foi divulgado que o Brasil teve a primeira queda no PIB trimestral desde 2016, provocando um arrefecimento ainda maior nas expectativas no setor privado. Em boa medida, esse resultado é consequência da falta de uma postura firme e clara sobre qual o rumo que o presidente entende que o país deve seguir. Infelizmente, o que temos observado é um boicote à sua equipe econômica, com comentários e atitudes que enfraquecem as reformas a serem implementadas ou que sinalizam algum tipo de controle indevido sobre a economia, como o caso do preço do petróleo e do tabelamento de fretes.
Há um razoável consenso entre os economistas "mainstream" sobre quais são os problemas enfrentados pelo país e como resolvê-los. Em sua maioria, há a concordância de que criar um ambiente adequado para o investimento privado e liberar recursos para que o Estado execute suas funções básicas são a única forma de trilhar um caminho consistente de crescimento econômico e de geração de emprego. A agenda econômica está claramente definida, a dificuldade maior está em colocá-la em prática.
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Não há muita dúvida sobre a necessidade da reforma da Previdência, principalmente para corrigir o déficit público e liberar recursos para investimento em educação, saúde e segurança pública. Também é reconhecida a necessidade de se realizar uma reforma tributária que crie um sistema mais justo e eficiente.
Imprimir um processo de privatizações e concessões na prestação de serviços públicos, estimular a concorrência, principalmente no setor financeiro, e promover uma gradual e consistente abertura comercial também fazem parte do pacote.
Para completar a equação, é necessário implementar um processo amplo de desburocratização e revisão legislativa, que permita reduzir os custos de realizar negócios no país e que crie um modelo normativo e judicial mais estável.
O caminho da volta ao crescimento já é conhecido. O que falta é fazer com que a área política deste governo entenda que, sem essas medidas, o país não sairá do buraco e correremos o risco de ressuscitar velhas ideias econômicas, que já se provaram um desastre. Mas, acima de tudo, falta o presidente se comprometer firmemente com as reformas e não boicotar mais o seu próprio governo.
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